O primeiro-ministro israelense, Benjamín Netanyahu, descreveu o ataque aéreo que matou pelo menos 50 pessoas em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, como um "trágico incidente". O bombardeio ocorreu na noite anterior em uma suposta "zona segura" no bairro de Tal al Sultan, onde centenas de pessoas deslocadas estavam abrigadas em um campo improvisado que Israel ainda não havia ordenado evacuar.
Investigação em andamento
Netanyahu afirmou nesta segunda-feira que a morte de civis no ataque em Rafah está sendo investigada. "Estamos investigando o caso, essa é nossa política. Para nós, qualquer dano a civis não envolvidos é uma tragédia", disse Netanyahu durante uma audiência na Knéset (Parlamento israelense) com famílias de reféns sobre a guerra em Gaza, que já resultou em mais de 36.000 mortes, mais de 70% delas de civis, segundo as autoridades de saúde do enclave controlado pelo Hamas.
O exército israelense alegou que o bombardeio foi uma "operação precisa baseada em inteligência" destinada a eliminar dois altos comandantes do Hamas que estavam em um edifício na área. No entanto, admitem que um incêndio subsequente causou um alto número de vítimas civis.
Pesquisas ordenadas
A procuradora-geral militar, a major-general Yifat Tomer Yerushalmi, ordenou a abertura de uma investigação sobre o bombardeio pelo Mecanismo de Investigação e Avaliação do Estado-Maior, uma entidade semi-independente formada por ex-militares. Esta entidade já havia investigado, no mês passado, um ataque de Israel a um comboio humanitário da ONG World Central Kitchen, que matou sete funcionários, seis deles estrangeiros.
"Antes do ataque, foram tomadas várias medidas para reduzir o risco de danos a civis não envolvidos, incluindo vigilância aérea, o uso de munições precisas e informações adicionais de inteligência. Com base nessas medidas, foi avaliado que não se esperava nenhum dano aos civis", afirmou o exército sobre o ataque em Rafah.
Sessão na Knéset e famílias de reféns
Netanyahu participou de uma sessão extraordinária na Knéset a pedido de 40 deputados, o que obriga o primeiro-ministro a comparecer ao parlamento. Também estiveram presentes hoje familiares dos reféns, que exigem um acordo imediato para a libertação de todos os sequestrados e temem que casos como o ataque em Rafah dificultem as negociações.
Atualmente, cerca de 120 pessoas permanecem em poder do Hamas, das quais um terço já teria morrido. No total, em 7 de outubro do ano passado, 150 pessoas foram raptadas por militantes palestinos e quase 1.200 foram assassinadas.
"Desde dezembro até agora, recebi cinco pedidos da equipe de negociação para ampliar seu mandato e aprovei todos eles", explicou Netanyahu às famílias.
Negociações em andamento
A assessoria do primeiro-ministro anunciou na semana passada que autorizou a equipe de negociação a retomar as negociações no Cairo, e espera-se que isso aconteça amanhã. No entanto, a liderança do Hamas insiste que não há acordo possível enquanto Israel não concordar com o fim da guerra, algo que Netanyahu se recusa a aceitar.
"Yahya Sinwar, líder do Hamas em Gaza e cérebro dos ataques de 7 de outubro, continua a ser uma figura central nas negociações. Contudo, a postura inflexível de ambos os lados torna o progresso difícil", afirmou Netanyahu, destacando a complexidade da situação.
Enquanto isso, a comunidade internacional continua a acompanhar de perto os desenvolvimentos, com vários países apelando por um cessar-fogo imediato e uma solução pacífica para o conflito.
#Conflicto 📰 Tragedia en Rafah: Ataque israelí deja 50 muertos y provoca indignación global. "Cada daño a civiles es una tragedia", dice Netanyahu. ¿Hasta cuándo? #Gazahttps://t.co/QWNjnDBGuU
— NOTI724 - Últimas Noticias (@noti724) May 27, 2024